A erupção do Etna

Durante a semana, chegaram a falar que o vulcão Etna, palco da chegada da nona etapa do Giro d’Italia 2011, disputada neste domingo, poderia entrar em erupção. A RCS, empresa organizadora do evento, iria monitorar as atividades do vulcão, o mais ativo da Europa, até momentos antes da prova. A etapa só foi confirmada após os dados mostrarem que não haveria nenhuma erupção por lá, mas erraram...

Desta vez, o Etna foi quem ficou quieto e viu Alberto Contador botar fogo na etapa. Uma erupção. Causou dor e passou destruindo tudo que cruzou o seu caminho. O ataque do espanhol foi um daqueles momentos que ficarão eternizados na história do esporte. Faltando 7 km para o final da etapa, o ciclista da Saxo Bank saltou do pelotão e foi destruindo qualquer um que tentasse ficar em sua roda.

Michele Scarponi bem que tentou acompanhá-lo, mas não resistiu por muito tempo. O capitão da Lampre fez um esforço muito grande para tentar seguir o espanhol e pagou caro. Não aguentou por muito tempo e não terminou nem no segundo grupo, o que tentou perseguir Contador na subida do Etna.

Quem mais tempo ficou na roda do Pistoleiro foi o venezuelano José Rujano, terceiro colocado no Giro de 2005. O ciclista da Androni-Giocattoli, que havia saltado do pelotão um pouco antes do ataque que definiu a etapa, se colocou na roda de Contador e ali tentou permanecer. Resistiu a dois ataques do espanhol, que depois pediu para ele ajudar a revezar. Rujano não tinha forças para isso, o que ficou claro no terceiro ataque de Contador. Um ataque destruidor como uma erupção – tão forte quanto o primeiro e que o obrigou a frear em uma curva em subida.
Com a vitória, ele assume a Maglia Rosa e dá um passo importantíssimo para o bicampeonato do Giro. E apesar de já ter sido campeão da competição, esta foi a primeira vez que Alberto vence uma etapa da "corsa" italiana.

Restou a Rujano ficar com o segundo lugar na etapa, ser os melhor dos humanos, como foi destacado na transmissão oficial do Giro d’Italia – que se referiu a Contador como se ele fosse um marciano.

O grupo perseguidor chegou 50 segundos atrás, liderados por Stefano Garzelli (Acqua & Sapone), o melhor do sprint entre eles. Mas quem comandou as ações deste pelotão foi Vincenzo Nibali. O italiano da Liquigas manteve o seu ritmo até os 2 quilômetros finais, quando atacou e dividiu ainda mais o grupo, deixando Scarponi e Igor Antón (Euskaltel) para atrás. Na sua roda vieram Garzelli, Roman Kreuziger (Astana), David Arroyo (Movistar) e Konstantin Sivtsov (HTC).
A fuga do dia foi protagonizada por Giovanni Visconti (Farnesi Vini), Yaroslav Popovich (RadioShack), Mickäel Chérel (AG2R), Jan Bakelants (Omega Pharma), Alessandro Vanotti (Liquigas), Pablo Lastras (Movistar), Filippo Savini (Colnago), Mathias Frank (BMC) e Juan Horrach (Katusha). Ela durou coesa até o início do Etna e permanecia na dianteira até o ataque de Contador. Jan Bakelants bem que tentou, mas faltou perna para tentar seguir o espanhol.

Quem acabou sendo o grande derrotado do dia foi o russo Denis Menchov. O capitão da Geox-TMC, apontado como favorito ao Giro por muitos, não conseguiu acompanhar os dianteiros no Etna e foi apenas o 23º, a 2min16s atrás de Contador.

Resultado final – 9ª etapa – Messina – Etna, com 169 km:

1- Alberto Contador (ESP) Saxo Bank Sungard com 4h54min09s
2- José Rujano (VEN) Androni Giocattoli, a 3s
3- Stefano Garzelli (ITA) Acqua & Sapone, a 50s
4- Vincenzo Nibali (ITA) Liquigas-Cannondale, m.t.
5- Roman Kreuziger (TCH) Astana, m.t.
6- David Arroyo (ESP) Movistar, m.t.
7- Kanstantsin Sivtsov (BLR) HTC-Highroad, m.t.
8- Igor Antón (ESP) Euskaltel-Euskadi, a 59s
9- John Gadret (FRA) AG2R La Mondiale, a 1min07s
10- Hubert Dupont (FRA) AG2R La Mondiale, m.t.
133- Murilo Fischer (BRA) Garmin-Cervélo, a 23min46s

Classificação Geral após 9 etapas:

1) Alberto Contador (ESP) Saxo Bank Sungard com 33h03min51s
2) Kanstantsin Sivtsov (BLR) HTC-Highroad, a 59s
3) Christophe Le Mevel (FRA) Garmin-Cervélo, a 1min19s
4) Vincenzo Nibali (ITA) Liquigas-Cannondale, a 1min21s
5) Michele Scarponi (ITA) Lampre-ISD, a 1min28s
6) David Arroyo (ESP) Movistar, a 1min37s
7- Roman Kreuziger (TCH) Astana, a 1min41s
8- José Serpa (COL) Androni Giocattoli, a 1min47s
9- Dario Cataldo (ITA) Quickstep, a 2min21s
10- Matteo Carrara (ITA) Vacansoleil-DCM, m.t.
108- Murilo Fischer (BRA) Garmin-Cervélo, a 50min12s

Fonte: Prologo