sexta-feira, 13 de abril de 2012

O que acontece com Gilbert?

De melhor do pelotão, em 2011, a principal frustração neste ano


Por Tadeu Matsunaga

Um dos principais nomes do ProTour no ano passado, Philippe Gilbert tem sido a principal decepção do ciclismo europeu na temporada 2012. O belga, que em 2011 teve uma performance memorável, sequer chegou a figurar num top 5 neste ano.

Na prática nada anormal aconteceu com Gilbert. Nenhuma queda, nenhum histórico recente de uma doença ou algo que o tenha afastado dos treinos e competições neste período em que deixou a Lotto e migrou para a BMC, num dos elencos milionários com Evans e Hushovd ao seu lado.

Considerado o rei das clássicas na temporada passada, com triunfos na Amstel Gold Race, Liége-Bastogne-Liége e na Flecha Wallone, o “dono” das clássicas das Ardennas não parece em condições de defender seus títulos; apesar de demonstrar uma melhora de desempenho nos últimos dias. O número um estará com o belga, mas ele não deverá resistir as investidas de Rodriguez, Samu Sanchez, Valvederde, Nibali, entre outros. Todos esses já conquistaram resultados relevantes no ano, e tem um fator favorável: a confiança.

Muitos fatores rondam supostas justificativas para a queda de performance de Gilbert. Fontes europeias dizem que passou o inverno relaxado, em meio a homenagens e sem focar tanto nos treinos. A mudança de equipe também pode ser um fator levado em conta, mas também cairia em contradição se pensarmos que ele já compartilhou espaço com Evans na extinta Sillence Lotto.

Aliás, em 2009, e até mesmo em 2010 Gilbert teve uma crescente na segunda parte da temporada. Estaria ele abrindo mão de atingir o ápice da sua forma em abril e, assim, sonhar com os Jogos Olímpicos, Campeonato Mundial, Giro da Lombardia e Giro de Piemonte? É uma possibilidade questionada por muitos. Mas em meio a esse bloco, um fator chama atenção, e diz respeito ao “extra race”, se assim podemos dizer.

O médico espanhol Ibarguren abandonou a Lotto e migrou para a Omega Pharma-QuickStep, uma baixa para uma das esquadras belgas, mas que parece ter caído como uma luva do outro lado. Talvez uma influência e tanto até mesmo no desempenho das estrelas dos dois times. Um Gilbert que decaiu, mas um Boonen que cresceu de tal forma, tendo conquistado os títulos de Flandres e na Paris-Roubaix.

Teorias à parte fica a expectativa para que Gilbert volte a ter apresentações de classe, principalmente no que diz respeito as corridas de um dia, onde obteve mais de uma dezena de triunfos em 2011, e despertou uma luta incessante pelo seu “passe” para a atual temporada. O investimento feito pela BMC precisa ter retorno, afinal o contrato do belga é de três anos, e o salário foi um dos mais valorizados do WorldTour.

Fonte: Prologo

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