quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A limpeza no ciclismo


Cavendish
Por Fernando Bittencourt

Os esforços e investimentos que vêm sendo realizados no ciclismo com o intuito de melhorar a reputação da modalidade quanto ao doping têm funcionado significantemente, segundo Mark Cavendish. O campeão mundial de estrada e da Camisa Verde no Tour de France, em 2011, se impressionou com a valorização que sua imagem sofreu nos últimos meses e disse que credita o aumento da sua fama não apenas ao ciclismo, que está sendo levado a sério por todos, mas também a seus colegas de trabalho.

“Por causa dos escândalos que aconteceram nos últimos anos em relação ao doping, o ciclismo não quer passar por isso novamente. As pessoas sempre apontam quando alguém é flagrado no teste, muitas vezes falando mal do ciclismo, no entanto, só há casos assim porque as entidades se movimentam para descobri-los. Quando alguém é descoberto, as entidades máximas não se preocupam com a imagem do esporte ou com o que os outros vão dizer, mas sim em tornar o esporte mais limpo e, assim, eles dão o exemplo”, disse Cavendish.

O britânico afirmou que as principais mudanças nesse quesito começaram a ganhar mais força na época em que se tornou profissional e, por isso, cresceu no esporte vendo de perto a transição. Para ele, as pessoas deveriam valorizar as melhorias que o esporte alcançou em vez de apontar e julgar os pontos negativos e alimentar velhos preconceitos.

“Nos últimos três anos eu passei por 60 exames antidopings por temporada. Em 2008 e em 2009 eu fui o atleta mais examinado do planeta. Eu tenho competido com muitos ciclistas desde 2005, ano em que me tornei profissional, e tenho notado muita diferença no esporte desde então. Ao final de cada prova são cada vez maiores os grupos de ciclistas exaustos, com as mãos nos joelhos. Ninguém mais se sente perfeitamente bem após um longo dia de prova. O ciclismo é um esporte muito duro e eu fico muito frustrado, pois trabalho muito. Eu percorro 50 mil km por ano, treinando e competindo muito, precisando descansar bastante para estar em plenas condições de disputar importantes provas. Logo, quando eu termino todo este trabalho e vejo alguém falando que os ciclistas são todos dopados, eu fico realmente revoltado. As coisas não funcionam bem assim”, concluiu Cavendish.


Fonte: prologo

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