quinta-feira, 14 de junho de 2012

Lance Armstrong: suspenso pela Usada




Por Tadeu Matsunaga

A polêmica sobre o doping de Lance Armstrong ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira. De acordo com o jornal Washington Post, a Agência Antidoping Norte-Americana apresentou acusações formais contra Lance, que pode perder seus sete títulos do Tour de France conquistados entre 1999 e 2005.

Por conta das acusações da entidade, Armstrong, que vinha competindo no triathlon e assegurando resultados relevantes, está suspenso provisoriamente, o que pode impedir sua presença no Ironman de Nice, no próximo dia 24, e Mundial de Kona, em outubro, que eram suas metas para este ano.

O Washington Post teria tido acesso a um arquivo de 15 páginas da Usada onde se confirma as alegações em relação ao possível doping de Armstrong. A matéria reforça que a coleta de exames de sangue, em 2009 e 2010, eram "totalmente coerentes com a suspeita de manipulação do sangue, comprovando o uso de EPO e também a execução de transfusão sanguínea." , embora, o histórico, corrobore que Armstrong nunca testou positivo.

Em fevereiro, a Procuradoria dos EUA, em Los Angeles, terminou uma investigação de quase dois anos sobre doping e que envolvia Armstrong. No final, o resultado havia sido negativo para doping, mesmo com as fortes acusações dos seus ex-companheiros de equipe: Floyd Landis e Tyler Hamilton (ambos punidos por uso de substâncias ilegais) que, inclusive, contribuíram com a investigação dos agentes federais.

Uma carta da Usada, desta terça-feira (12), afirma que Armstrong e cinco ex-equipe de ciclismo estão associadas a três médicos, incluindo o italiano Michele Ferrari, coordenador e gerente de equipe de Johan Bruyneel e envolvido em uma conspiração de doping de mais de uma década - 1998-2011 – e Jose Pepi Marti, que foi treinador de Alberto Contador, além de reforçar que mais de dez ciclistas estariam com o nome envolto pelo doping.

Sobre Lance Armstrong, a carta reforça que o norte-americano fez uso de EPO, transfusões de sangue, a testosterona, corticosteróides e agentes de mascaramento de substâncias proibidas. Todos administrados com permissão dos profissionais de saúde das equipes.

Em seu site oficial, Armstrong se manifestou sobre o assunto e deixou um comunicado para a imprensa e fãs:

“Eu fui notificado de que Usada, uma organização em grande parte financiada pelo dinheiro do contribuinte, mas regida apenas por autoregras escritas, pretende novamente trazer à tona alegações mentirosas, de mais de 16 anos, para me impedir de competir como triatleta e tentar me tirar as sete vitórias do Tour de France. Esses documentos correspondem as mesmas pessoas que o Departamento de Justiça não acatou ao longo dos dois anos de investigação.

Estas acusações são infundadas, motivadas por despeito e avançou através de testemunhas “compradas” e com a promessa de seguir no anonimato e 
sem se prejudicar. 

Embora a Usada alegue que foi uma conspiração abrangente ao longo desses 16 anos, eu sou o único atleta a ser investigado de forma constante. A entidade, de forma maliciosa, tomou a decisão de punir primeiro e julgar depois, o que não encabeça um argumento justo. 

Eu nunca estive dopado, e, ao contrário de muitos dos meus acusadores, competi como um atleta de alta performance por 25 anos e fiz mais de 500 testes sem nunca ser flagrado. A Usada ignora esta distinção fundamental e diz que meu perfil é como se fosse um ciclista que fizesse uso do doping, o que mostra a falta de lealdade e o pré-julgamento em torno da minha culpa ou inocência.

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