quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Prejuízos pós-queda


Arranhões e pequenos cortes merecem atenção. Saiba como se cuidar para não ter infecções mais graves


As quedas fazem parte do ciclismo. O atleta que pratica o esporte e ainda não teve o desagradável encontro com o solo, pode ter certeza de que mais cedo ou mais tarde ele chegará. Porém, isto não pode ser considerado um desestímulo ou provocar medo, mas sim servir de alerta para que se tenha mais atenção ao pedalar.

“Quem nunca caiu vai cair um dia. Pratico ciclismo há vinte anos e já levei tombos de todos os tipos. Sozinho, no pelotão, em descida, na subida, rápido, devagar e até parado. As quedas mais bobas geralmente são as piores, porque você não está preparado para aquela situação”, disse Guilherme Marchese, 42, veterinário.

A maioria dos acidentes, seja no meio do pelotão, na trilha ou na cidade, é provocada por desatenção, mas também existem aqueles casos inevitáveis ou imprevistos. De qualquer forma, nem sempre os prejuízos causados são apenas a vergonha de se levantar na frente de amigos, que lembrarão o fato por alguns dias, e é preciso tomar alguns cuidados com os ferimentos sofridos, por mais simples que eles sejam.

Equipamentos de segurança
Como “prevenir é melhor do que remediar”, alguns equipamentos se tornam indispensáveis na hora de pedalar. O capacete é o principal deles, pois a cabeça é um dos pontos mais vulneráveis na hora da queda. Ele deve ser trocado sempre que sofrer uma pancada muito forte, pois o impacto pode comprometer a estrutura e reduzir sua eficiência. Roupas adequadas para a prática do esporte, óculos e luvas também são muito importantes.

“Em qualquer queda, por mais simples que seja, as mãos são sempre a primeira parte do corpo a tocar o solo. As luvas ajudam a protegê-las e evitar os machucados”, disse Marcos Hallack, treinador de ciclismo da Saúde Performance.

Primeiros-socorros
Mas se o tombo foi inevitável, alguns procedimentos de primeiros-socorros devem ser tomados para tratar os ferimentos sofridos, para que simples machucados não infeccionem e se transformem em problemas mais graves.

“Na hora do acidente, é importante lavar bem o machucado, de preferência com sabão e água tratada em abundância. Mas se isso não for possível, pelo menos com água limpa. Depois, deve-se manter o local limpo, descoberto e seco”, explicou a dra. Paula Martins, cirurgiã do Pronto Socorro de Belo Horizonte e professora do Departamento de Cirurgias da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Caso o acidente tenha causado um corte mais profundo, com sangramento abundante, ele precisa ser estancado. Neste caso, após lavar o machucado, o indicado é fazer uma compressa com gaze, lenço ou até mesmo um pano limpo. Evite tecidos grandes ou absorventes, como toalhas. Se o ferimento for nos membros, levante a parte ferida para controlar o sangramento. Na suspeita de alguma fratura ou lesão mais séria, o recomendado é não mexer na vítima, e aguardar até que o resgate ou um socorro especializado chegue para prestar o atendimento.

“Para socorrer alguém é preciso conhecer as técnicas de primeiros-socorros. Imobilizar a coluna com talas de madeiras e apoiar a cabeça. As mochilas podem ser colocadas do lado para evitar que a pessoa vire o corpo. Porém, o mais indicado é não mexer ou tentar transportar a vítima”, alertou a dra. Paula.

Pós-queda
Passado o susto inicial do tombo, os cuidados com o ferimento devem continuar até que ele esteja 100% curado. A água e o sabão continuam como os “protagonistas” do tratamento. Evite usar pomadas ou medicamentos que deixem o machucado úmido, e procure sempre manter o local descoberto e seco pelo maior tempo possível.

“O melhor é sempre deixar o ferimento aberto, pois se abafar pode provocar o acumulo de secreções. Caso o machucado tenha sido em um local que suje a roupa, a pessoa pode fazer um curativo, que deve ser retirado assim que chegar em casa. Além disso, é preciso sempre tomar o cuidado de manter o local limpo”, conclui a dra. Paula Martins.

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